No universo dos personagens femininos dos quadrinhos, a Catwoman da DC Comics é, sem dúvida, uma das melhores. Essa anti-heroína das histórias do Batman tem marcado presença há décadas, com uma evolução surpreendente como personagem e interesse amoroso do Cavaleiro das Trevas, sendo desenvolvida com maestria por inúmeros grandes escritores e artistas – a ponto de se tornar um verdadeiro símbolo.
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Isso se deve às suas diversas aparições em mídias derivadas, sendo que essas iterações serão o foco deste artigo. Apresentamos uma lista das melhores versões de Catwoman que tivemos o prazer de acompanhar – abrangendo quadrinhos, filmes, animações e séries de televisão. Em alguns casos, o enredo se concentra unicamente em Catwoman, enquanto em outros a personagem convive com o próprio Batman. De qualquer forma, confira nossa lista das melhores interpretações de Catwoman.
13. Catwoman (2004)
Em 2004, foi lançado o filme Catwoman, estrelado por Halle Berry no papel da protagonista titular. Foi um dia triste na história do cinema. O longa é bastante diferente do quadrinho. Berry interpreta Patience Phillips, uma designer tímida e sensível que, após descobrir o terrível segredo de um creme de beleza, é morta e ressuscitada como Catwoman.
Patience ganha poderes da deusa egípcia Bastet, através de gatos pertencentes a um egípcio, o que a torna mais combativa, charmosa e confiante. O filme faz alusão às versões cinematográficas anteriores de Catwoman, inclusive com uma cena em que Patience se depara com uma série de imagens das Catwomen do passado, entre elas a de Michelle Pfeiffer em Batman Returns.
O roteiro do filme nada tem a ver com o Batman ou com Gotham City, tendo sido um verdadeiro desastre de bilheteria e sendo duramente criticado por especialistas e fãs dos quadrinhos – chegando a ser considerado um dos piores filmes já feitos.
Em última análise, quando se trata dessa interpretação – capaz de arruinar a carreira de uma grande atriz como Halle Berry – vamos fingir que isso nunca aconteceu. Se todo mundo faz isso, por que não nós? É algo tão horrível que não há palavras educadas na língua inglesa capazes de descrever o horror sombrio, em proporções lovecraftianas, que foi o Catwoman de 2004. Vamos deixar por aí.
12. Universo LEGO (2013–presente)
Não há muito o que dizer aqui. A versão LEGO de Catwoman apareceu em Lego Batman: The Movie – DC Super Heroes Unite, onde é vista inicialmente ao lado de Harley Quinn, do Charada, do Duas-Caras e do Pinguim, e, posteriormente, aparece com Pinguim, Duas-Caras, Harley, Charada, Bane e Hera Venenosa. No filme, ela é dublada por Katherine Von Till.
Ela também faz uma aparição em The LEGO Batman Movie, um longa totalmente independente ambientado no mundo LEGO. Nesta produção, a personagem é dublada por Zoë Kravitz, que futuramente interpretaria uma versão live-action de Catwoman. Seu papel é pequeno, integrando a quadrilha do Batman liderada pelo Coringa, e não deixa de soltar um “miau, miau” a todo momento.
Com apenas duas aparições, ambas irrelevantes para o enredo, essa iteração de Catwoman dificilmente subiria na lista – mesmo considerando que a versão “miau miau” de The LEGO Batman Movie foi dublada por Kravitz. Não há qualquer desenvolvimento de personagem, e embora essas versões tenham sido divertidas, elas figuram como as piores desta seleção (sem contar com a versão de Halle Berry, que vamos fingir que nunca existiu).
11. DC Animated Movie Universe (2011–presente)
Como não há uma versão única e consistente da personagem que se enquadre nesse conceito, listamos a seguir as aparições e as atrizes responsáveis por dublar as diferentes interpretações de Catwoman:
- Eliza Dushku dublou Catwoman em Batman: Year One e no curta DC Showcase: Catwoman.
- Selina Kyle, embora não como Catwoman, aparece em Batman: The Dark Knight Returns, sendo dublada por Tress MacNeille.
- Julie Newmar reprisou seu papel como Catwoman em Batman: Return of the Caped Crusaders, que serviu como continuação animada da série televisiva dos anos 60. O filme também faz uma breve referência às versões de Lee Meriwether e Eartha Kitt, quando um golpe na cabeça faz o Batman ver uma imagem tripla de Catwoman – mesmo que elas não apareçam na obra. Newmar também reprisou a personagem em Batman vs. Two-Face.
- A versão de The Brave and the Bold reaparece no filme Scooby-Doo! & Batman: The Brave and the Bold, com Nika Futterman mantendo seu papel.
- Selina Kyle é a protagonista na adaptação animada da famosa graphic novel Gotham by Gaslight, dublada por Jennifer Carpenter, com Grey Griffin emprestando sua voz para as partes cantadas.
- Catwoman aparece no filme de anime Batman Ninja, sendo dublada por Ai Kakuma (japonês) e Grey Griffin (inglês).
- Catwoman tem participação no filme animado Batman: Hush, dublada por Jennifer Morrison.
- Catwoman aparece na minissérie animada em duas partes Batman: The Long Halloween, sendo dublada postumamente por Naya Rivera.
- Catwoman faz parte do filme animado Injustice, com dublagem de Anika Noni Rose.
- Uma versão em estilo anime de Catwoman surge em Catwoman: Hunted, com Elizabeth Gillies dublando a personagem.
Sabemos que, tecnicamente, Catwoman nem apareceu no DC Animated Movie Universe como definido, mas utilizamos esse termo como um guarda-chuva para os diversos filmes animados do período. A falta de consistência e de um desenvolvimento sólido do personagem é o que faz com que essas versões fiquem tão abaixo na lista, embora nem todas sejam igualmente ruins.
10. Batman: The Telltale Series (2016–2018)
A ladra “gato” é a primeira inimiga do jogo. Assim que chega à cidade, ela recebe a instrução do Pinguim para infiltrar a prefeitura e realizar um roubo contra o segurança – tarefa que a levará até o escritório do corrupto prefeito Hill, onde deve obter evidências incriminadoras contra o chefão da máfia Carmine Falcone, cúmplice de Hill.
Porém, lá a ladra é impedida pelo Batman, que a derrota após uma longa luta e recupera os itens subtraídos, além das evidências em poder de Hill que incriminavam Falcone. (No final do confronto, Catwoman consegue escapar do Batman, desaparecendo.) Após sofrerem algumas abrasões leves, quando se reencontram mais tarde como Bruce Wayne e Selina Kyle, acabam se reconhecendo e descobrindo, assim, suas identidades secretas.
Algum tempo depois, os dois se unem para enfrentar o Pinguim, que pretende capturar Catwoman por não ter cumprido a missão que lhe foi confiada. Ao final do segundo episódio, cabe a você decidir se salva Selina dos homens do Pinguim ou Harvey Dent, que estava para ser atacado pelo próprio Pinguim.
Se optar por Dent em vez de Catwoman, ela sofrerá um ferimento no ombro com um segundo disparo de um dos capangas do Pinguim, mas mesmo assim conseguirá escapar – ainda que machucada e ressentida com o Batman; se escolher salvá-la, ela permanecerá em bons termos com Bruce Wayne, que a levará para descansar na Mansão Wayne após o ataque sofrido, e entre eles surgirá um sentimento mútuo. A personagem é dublada por Laura Bailey.
Trata-se, na verdade, de uma interpretação bastante sólida – embora um tanto previsível – de Catwoman. Em sintonia com os padrões modernos estabelecidos por Michelle Pfeiffer e pelos quadrinhos atuais, a dublagem de Laura Bailey encaixa-se muito bem com o desenvolvimento narrativo da persona de Catwoman nesses dois jogos. A única crítica é que não vimos mais dela.
9. The Dark Knight Rises (2012)
Anne Hathaway interpreta Selina Kyle em The Dark Knight Rises, sequência de Batman Begins e The Dark Knight. Nesta versão, Selina Kyle é uma ladra de joias habilidosa – apelidada de “A Gata” – procurada em diversas localidades por sua prática de furtos. Uma das principais motivações da personagem é obter um programa que apague seus dados, permitindo-lhe a redenção e o recomeço de uma nova vida.
A “Gata” faz um trocadilho com suas origens nos quadrinhos e demonstra suas habilidades em inúmeras ocasiões; é mostrada disfarçada de empregada para invadir os cômodos da Mansão Wayne e roubar impressões digitais (a pedido) e até mesmo o icônico colar de pérolas da mãe de Bruce. Em seguida, é vista furtando joias e correndo pelos telhados de Gotham, chegando ao confronto com os soldados de Bane.
Ela evidencia sua moral ambígua e, tal como nos quadrinhos, figura entre as duas principais mulheres interessadas em Bruce Wayne/Batman. Por fim, Bruce consegue apagar o histórico criminal de Selina, e os dois partem para reconstruir uma vida fora de Gotham, juntos.
Embora a interpretação de Hathaway seja, em grande parte, fiel aos quadrinhos e respeite as origens da personagem, ela simplesmente não fez o suficiente. O papel de Catwoman nunca ganhou o destaque esperado no universo de Nolan, e, tristemente, a personagem acaba sendo esquecida quando se fala na trilogia.
8. Gotham (2014–2019)
Selina Kyle aparece na série de televisão Gotham, interpretada por Camren Bicondova. Nesta adaptação, a jovem ladra de 14 anos, apelidada de “Cat”, vive nas ruas de Gotham City. No primeiro episódio, ela testemunha o assassinato de Thomas e Martha Wayne, e logo após os eventos, perambula pelo entorno da Mansão Wayne.
Gordon providencia sua entrada na Mansão Wayne, onde ela estabelece uma amizade com o jovem Bruce Wayne. Contudo, ambos são forçados a fugir quando uma gangue de assassinos chega à mansão com a intenção de matá-la, por ter presenciado a morte dos pais de Bruce. Ainda que o detetive Jim Gordon e o mordomo Alfred consigam resgatar Bruce, Selina volta às ruas para se esconder.
Mais tarde, ela retorna à Mansão Wayne para devolver alguns itens roubados a Bruce e, no momento da despedida, lhe dá seu primeiro beijo. Na segunda temporada, após superar uma rivalidade com Silver St. Cloud – um novo interesse amoroso de Bruce – ela passa a ser sua parceira formal. Esse relacionamento termina na terceira temporada, quando a mãe de Selina retorna a Gotham desesperada, pedindo dinheiro para fugir de um homem que a persegue.
Uma versão mais jovem de Catwoman faz todo o sentido no universo de Gotham. E embora essa interpretação talvez não seja perfeita, o carisma de Bicondova é o que realmente se destaca. Trata-se de uma interpretação autenticamente original, que ainda se sobressai entre as demais – faltou apenas um toque final, mas esse era o preço a se pagar, afinal, quando o Batman surgiu, o show teve que chegar ao fim.
7. Batman (1966–1968)
Na série Batman de 1966, Catwoman foi interpretada por Julie Newmar nas temporadas de 1966 e 1967, e por Eartha Kitt em apenas três episódios, antes do cancelamento do programa em 1968. Na série, a personagem era uma das principais vilãs, indistinguível das demais, e mesmo demonstrando atração pelo Batman, não poupava esforços para tentar matá-lo, assim como os outros vilões. No filme de 1966, ela foi interpretada por Lee Meriwether.
Totalmente alinhada com o estilo exagerado do show protagonizado por Adam West e Burt Ward, essa versão de Catwoman foi bastante ousada para a época – tanto no conceito quanto na execução. Ela se apresentava como sedutora e provocante, e, mesmo com um forte efeito cômico, a dinâmica entre Catwoman e Batman preservava a essência que conhecemos hoje. Apesar das mudanças no elenco que causaram certa confusão, essa interpretação foi fundamental para tornar Catwoman uma personagem de grande importância, com um papel bem maior do que o que os quadrinhos da época permitiam.
6. Batman: Arkham (2009–presente)
A personagem é dublada por Gray DeLisle. Cronologicamente, ela faz sua primeira aparição em Batman: Arkham Origins Blackgate. Embora Catwoman não apareça em Batman: Arkham Asylum, partes de seu traje são exibidas na antiga mansão do Asilo Arkham e servem para solucionar um dos enigmas do Charada que revelarão sua biografia.
Ela é referenciada pelo Coringa, quando este se dirige a uma caixa de Veneno destinada a ela, e também consta em uma lista de presos do Arkham libertados pela Harley Quinn. Catwoman aparece de forma jogável em Batman: Arkham City; sua introdução acontece no prólogo do jogo, quando invade um cofre pertencente ao Duas-Caras para recuperar os planos do cofre de bens confiscados por Hugo Strange – onde o carcereiro guarda o saque de Selina.
Contudo, ela é flagrada pelo Duas-Caras e feita refém em seu tribunal. Suspensa sobre um tanque de ácido, passa por um julgamento simbólico conduzido pelo Duas-Caras, antes de ser resgatada pelo Batman. Após recuperar os planos, ela busca a ajuda de Hera Venenosa, que, convencida, a auxilia a adentrar o cofre.
Entretanto, uma vez localizada, Catwoman desencadeia, de forma relutante, o Protocolo de Genocídio 10 de Hugo Strange, deixando seu saque para resgatar o Batman – que estava preso sob escombros e dado como morto. Depois de salvar o herói, ela tenta recuperar seus pertences em seu apartamento e fugir da cidade-prisão, mas se depara com uma bomba plantada pelo Duas-Caras.
Sobrevivendo à explosão, ela volta à busca pelo Duas-Caras, cortando seu rosto e partindo para recolher seus pertences. Posteriormente, retorna como personagem jogável em Batman: Arkham Knight, quando o Charada entra em contato com o Batman informando que mantém Catwoman como refém e que, para libertá-la, o herói deve completar uma série de desafios.
A cada prova superada, Catwoman recebe uma chave que desativa uma das bombas presas a seu pescoço. Com todas as nove chaves reunidas, ela é liberta do orfanato onde estava detida, mas retorna quando o Batman vem enfrentar o Charada – e os dois se unem para derrotá-lo.
Após o confronto, Batman e Catwoman se beijam, mas logo depois ele a afasta, afirmando que aquela foi a última vez que se verão. Mais tarde, o Batman se revela e supostamente comete suicídio. Catwoman reaparece como personagem jogável na missão de expansão Catwoman’s Revenge, onde infiltra o esconderijo do Charada, descobre sua fábrica de robôs subterrânea, rouba todo o dinheiro e destrói a instalação.
Essa foi, sem dúvida, uma Catwoman que nos agradou. Tentadora, sexy, independente e com uma escrita genial, sua versão em Batman: Arkham ocupou um espaço considerável, mesmo em jogos centrados no Batman – a personagem chegou a ter uma história solo com o Charada, que foi brilhante em todos os aspectos. Certamente, queríamos ver ainda mais dela; essa interpretação está entre as melhores já feitas.
5. The Batman (2022)
Não vamos revelar muito aqui. Na versão de Reeves para The Batman, Catwoman é interpretada por Zoë Kravitz, que já havia emprestado sua voz à personagem em The LEGO Batman Movie. Ela tem um papel crucial na investigação do Batman sobre o esquema do Charada, e a química entre eles é absolutamente palpável. Como o filme está em alta no momento, detalhes do enredo permanecerão em segredo.
Quem conhece o trabalho de Matt Reeves sabe que ele é mestre em escrever e desenvolver seus personagens. A Catwoman de Kravitz não apenas se destaca em The Batman, mas em diversas cenas chega a roubar os holofotes do próprio herói interpretado por Pattinson. Kravitz entrega uma performance magistral, alinhada com as interpretações contemporâneas da personagem – finalmente, uma versão digna dos quadrinhos da Selina.
4. Batman: The Animated Series (1992–1995)
Na aclamada série animada dos anos 90, fortemente influenciada pelo filme de Tim Burton, Selina Kyle assume o papel de ladra e antagonista – além de interesse romântico – sem se envolver em crimes violentos, demonstrando uma preocupação mútua com o Batman. Selina aparece loira, à semelhança de Michelle Pfeiffer, embora com um traje levemente diferente. Sua dublagem ficou por conta de Adrienne Barbeau.
Em The New Batman Adventures, Selina adota um visual com cabelo curto e preto (ao contrário do loiro e longo da série anterior) e, como Catwoman, utiliza um traje inspirado principalmente na roupa usada por Michelle Pfeiffer em Batman Returns. Nesta adaptação, assim como na série original, não fica claro se ela é heroína ou vilã, já que não colabora ativamente com o Batman, mas jamais permite que ele sofra prejuízos.
Apesar de manter aquela clássica relação de amor e ódio, a versão animada perde parte do erotismo presente na interpretação anterior. Mesmo sem ter participado de Batman Beyond e com seu destino permanecendo indefinido, Catwoman teve uma presença marcante na série.
Assim como os demais personagens de Batman: The Animated Series, a Catwoman dublada por Barbeau foi brilhante. Uma versão mais comedida da sedutora Catwoman de látex de Pfeiffer, essa interpretação tinha todas as qualidades que se espera de uma personagem como ela – retratada com meticulosidade e com episódios inesquecivelmente divertidos.
3. Batman Returns (1992)
No filme Batman Returns, Selina Kyle, interpretada por Michelle Pfeiffer, é uma funcionária de escritório solitária e submissa que trabalha para o milionário Max Schreck, o qual planeja roubar a energia elétrica de Gotham City por meio de um capacitor, disfarçando-o como um grande gerador de energia. Ao ser descoberta por seu chefe enquanto examinava arquivos protegidos, ela é assassinada ao ser empurrada pela janela de seu escritório.
Graças a obstáculos que suavizam a queda – como pneus e neve – ela não é completamente “ceifada”. Ao desmaiar em um beco, é cercada por gatos vadios, que começam a lamber e morder seus dedos, surpreendentemente fazendo com que ela recupere a consciência. Selina retorna ao seu apartamento e faz sua entrada habitual.
Após ouvir as gravações da secretária eletrônica, que lembravam seu antigo estilo de vida, ela entra em uma fúria reprimida. Destruindo sua própria casa e se desfazendo de tudo que representava seu passado, Selina encontra no seu guarda-roupa um sobretudo de vinil preto – base para criar seu icônico traje de Catwoman.
Ao longo do filme, acompanhamos a sedução de Batman e Bruce Wayne por Catwoman, que se vê dividida entre seus alter egos. No final, com uma aparência frágil, perdida e até demonstrando sinais de instabilidade mental, ela decide rejeitar Batman/Bruce Wayne para saciar sua doente sede de vingança, culminando no assassinato de seu chefe.
A Catwoman de Michelle Pfeiffer foi algo extraordinário – uma interpretação inovadora que lançou a personagem ao centro dos holofotes. De uma sedutora cômica, Catwoman transformou-se numa anti-heroína sexy, ousada e enigmática, e foi justamente Michelle Pfeiffer quem definiu esse padrão, tornando-se um marco para todas as adaptações posteriores.
2. Prime Earth (2011–presente)
Em setembro de 2011, a DC descontinuou as publicações anteriores e deu início a uma nova série de títulos, The New 52, que rompeu com as continuidades anteriores e recomeçou do zero. A série solo de Catwoman continuou, mas inicialmente concentrava-se na juventude de Selina como Catwoman, sem explorar sua gênese. Nas primeiras edições, acompanhamos seu conflito com a máfia russa, além de descobrirmos que ela e Batman mantinham um romance.
A primeira edição traz, inclusive, a primeira cena explícita de sexo entre Batman e Catwoman. Em Catwoman #0, a personagem recebe uma gênese levemente modificada, baseada na de Batman Returns. Em lançamentos posteriores, Steve Trevor se aproxima de Catwoman e a convida para integrar a recém-formada Liga da Justiça, organizada por Amanda Waller.
Selina inicialmente recusa, mas acaba concordando após Trevor prometer encontrar uma mulher que pudesse se passar por ela. Mais tarde, descobre-se que ela foi convocada para a JLA exclusivamente para derrotar o Batman, caso a nova equipe venha a conflitar com a original – conflito retratado na minissérie Trinity War.
A nova e atual versão dos quadrinhos de Catwoman do universo Prime Earth ainda precisa se provar. Embora tenhamos presenciado uma saga amorosa grandiosa que mostrou a relevância de Catwoman, essa versão ainda carece de uma história tão impactante quanto a saga The Long Halloween de Loeb-Sale, que culminou em Catwoman: When in Rome. Quando Catwoman viver uma história dessa magnitude, nossa opinião poderá ser revisitada.
1. New Earth (1985–2011)
A nova origem de Catwoman surgiu em 1987, quando Frank Miller decidiu reescrever a história do Batman em Batman: Year One. Nesta narrativa, Selina é retratada como uma prostituta e dominatrix, amante de gatos, que acaba se tornando ladra de joias ao testemunhar a ação do Batman. Ela teria sido vítima de abuso sexual por parte do pai.
Amiga exclusiva de um personagem secundário chamado Holly, que vem a ser estuprada, Selina eventualmente se liberta do opressor que a submetia a essa vida e decide criar um disfarce inspirado no novo herói que desponta na cidade – o Batman –, imitando seu modus operandi.
Essa versão de Catwoman também ganhou sua própria série solo, escrita pela roteirista Mindy Newell em 1989, que destacou tanto o treinamento de Selina para se tornar a personagem quanto sua evolução enquanto figura e seus relacionamentos com outros personagens.
Quando uma personagem recebe uma história tão profunda e um desenvolvimento tão notável quanto na série de Loeb-Sale – que culmina num enredo independente, onde Catwoman literalmente desfila seu poder contra o Charada – fica claro que ela alcançou um patamar elevado. A versão New Earth de Catwoman lidera todas as encarnações dessa grande personagem em termos de profundidade, diversidade e desenvolvimento, justificando sua posição no topo da lista.

Adriana Kvits é uma amante fervorosa da cultura japonesa, com um profundo amor por animes e mangás. Sua dedicação em explorar e compartilhar as complexidades dessas narrativas a torna uma voz apaixonada e uma guia confiável no emocionante mundo otaku.