Por que Dragon Ball não é considerado um anime shonen do “Big Three”
Fãs de anime já passaram incontáveis horas debatendo tudo, desde níveis de poder até detalhes do enredo, de suas séries shonen favoritas. Contudo, uma das discussões mais comuns gira em torno do motivo pelo qual Dragon Ball e seus diversos spinoffs não são considerados parte dos animes gigantes do “Big Three”.
Originado no fandom ocidental, em meados dos anos 2000, o termo “Big Three” passou a se referir a One Piece, Naruto e Bleach. Esses animes, com suas longas histórias e uma presença marcante nas capas da famosa revista Shonen Jump, dominaram convenções, fóruns e o mercado de produtos. Apesar de serem considerados propriedades onipresentes e super populares, o universo de Dragon Ball se destacou por ter sua própria identidade.
Dragon Ball de Akira Toriyama estreou na América antes
É importante notar que o rótulo “Big Three” foi criado pelos fãs em determinado momento e, por não ter nenhum respaldo oficial, não reflete necessariamente as vendas ou a qualidade de One Piece, Naruto e Bleach. Ainda assim, não há como negar que Dragon Ball se encaixa no gênero shonen, teve uma longa veia de episódios e mantém uma popularidade global invejável. A separação entre Dragon Ball e os demais títulos se dá, em grande parte, pela época de seu surgimento tanto no Japão quanto em sua chegada ao público norte-americano.
Dragon Ball surgiu e encerrou antes de as tendências do “Big Three” começarem
A linha do tempo dos lançamentos explica muito sobre essa separação. Enquanto One Piece estreou em 1997 e Naruto em 1999 – com Bleach surgindo apenas em 2001 – a versão norte-americana desses títulos só começou a ser veiculada alguns anos depois, com One Piece estreando em 2002, Naruto em 2003 e Bleach em 2007. Já Dragon Ball Z estreou na televisão norte-americana em 1996, conquistando rapidamente uma base de fãs dedicada, e encerrou a exibição de novos episódios em 2003, antes mesmo que os demais ganhassem espaço nos canais ocidentais.
Além disso, quando Viz Media lançou o mangá de Dragon Ball na América, o fez em formato de revista em quadrinhos mensal, e não através da versão norte-americana da revista Shonen Jump. Essa abordagem diferenciada ajudou a separar Dragon Ball de seus contemporâneos, reforçando a ideia de que ele pertencia a uma era anterior à formação do que viria a ser o movimento “Big Three”.
Os novos animes do “Big Three” ainda não incluem Dragon Ball
Nos últimos anos, novos títulos têm ganhado destaque e formado um novo grupo de obras que marcam a estética e a narrativa dos animes atuais. Entre eles, destacam-se Jujutsu Kaisen, Chainsaw Man e Hell’s Paradise: Jigokuraku, que apresentam temáticas mais sombrias e maturas, aproximando-se do estilo seinen, em alguns casos similar a séries como JoJo’s Bizarre Adventure.
Título | Data de Lançamento (Mangá) | Data de Lançamento (Anime) | Criador(es) |
---|---|---|---|
Jujutsu Kaisen | 5 de março de 2018 | 3 de outubro de 2020 | Gege Akutami |
Chainsaw Man | 3 de dezembro de 2018 | 12 de outubro de 2022 | Tatsuki Fujimoto |
Hell’s Paradise: Jigokuraku | 22 de janeiro de 2018 | 1 de abril de 2023 | Yuji Kaku |
O legado de Dragon Ball e dos animes do “Big Three” continua
Goku e os Guerreiros Z ainda têm muitas histórias para contar. Enquanto as séries de One Piece, Naruto e Bleach seguem sua trajetória – com continuações, remakes e adaptações – Dragon Ball se reinventou com o surgimento de Dragon Ball Super, que substituiu a sequência não canônica Dragon Ball GT.
Em meio à evolução dos animes, os clássicos continuam a influenciar gerações, fazendo com que Dragon Ball seja visto tanto como um precursor quanto como uma fonte de inspiração para os títulos que se seguiram. Dessa forma, mesmo sem fazer parte do grupo originário dos “Big Three”, o impacto de Dragon Ball na cultura pop e no universo dos animes permanece inegável.
Resumo
Dragon Ball é a criação do mangaká Akira Toriyama, que teve início em 1984 como uma série serializada na Weekly Shonen Jump e que evoluiu para os animes mais conhecidos hoje, como Dragon Ball Z e, posteriormente, Dragon Ball Super. A história acompanha Son Goku, um jovem guerreiro pertencente à raça dos Saiyajins, que embarca em uma jornada de autoconhecimento e aventuras, enfrentando ameaças intergalácticas e buscando as místicas esferas do dragão – que, quando reunidas, podem conceder qualquer desejo.
Mesmo com o surgimento de novos títulos que definiram uma nova era no universo dos animes, o legado de Dragon Ball se mantém firme, conquistando fãs ao redor do mundo e deixando uma marca profunda na cultura pop.

Adriana Kvits é uma amante fervorosa da cultura japonesa, com um profundo amor por animes e mangás. Sua dedicação em explorar e compartilhar as complexidades dessas narrativas a torna uma voz apaixonada e uma guia confiável no emocionante mundo otaku.