Este clássico cult de ficção histórica de 26 anos tem uma conexão oculta com Jurassic Park (e foi o maior fracasso de bilheteria de 1999)

Do que se trata O 13º Guerreiro?

Baseado no romance Eaters of the Dead de Michael Crichton, O 13º Guerreiro segue Ahmad ibn Fadlan (Antonio Banderas), um poeta da corte de Bagdá no século X que é exilado após um escândalo envolvendo a esposa de um nobre. Designado como embaixador para os búlgaros do Volga, sua jornada rumo ao norte o leva a um grupo de nórdicos que se preparam para defender um reino sitiado por uma antiga maldade.

Escolhido como o 13º membro do grupo – conforme predito por uma sábia nórdica – Ahmad é relutantemente arrastado para a batalha ao lado dos guerreiros vikings. Durante a viagem para o norte, o grupo descobre que o reino está atacado pelos Wendol, uma tribo considerada mais lendária do que humana. Ao longo do percurso, Ahmad precisa se adaptar aos costumes vikings, conquistar a confiança dos guerreiros e ajudar a desvendar a verdade por trás desse inimigo que surge nas brumas.

O 13º Guerreiro é um dos poucos filmes de Hollywood que centra um herói muçulmano

O 13º Guerreiro é um caso raro em Hollywood, um grande filme de ação histórica que coloca um protagonista muçulmano praticante no centro da narrativa. A obra adapta o romance Eaters of the Dead de Michael Crichton, que mistura elementos históricos e mitológicos. O autor se inspirou livremente no relato real de Ahmad ibn Fadlan – um diplomata árabe do século X de Bagdá – combinando-o com o poema anglo-saxão Beowulf, para criar uma história pseudo-histórica na qual um estudioso muçulmano, inicialmente um outsider, se une a guerreiros nórdicos para enfrentar uma ameaça mítica no norte.

Ahmad ibn Fadlan foi uma figura histórica real, responsável por documentar sua missão aos búlgaros do Volga em 921 d.C. Seus escritos são considerados um dos primeiros relatos externos sobre a vida Viking, e Crichton usou essa base para abordar temas como mitos, medo e conflitos culturais. Diferente da tendência de Hollywood de marginalizar personagens muçulmanos ou colocá-los em papéis antagonistas, o filme coloca Ahmad no coração da história. Sua fé – demonstrada através das orações, da escrita em alfabeto árabe e de expressões religiosas – é tratada com respeito, evidenciando como suas diferenças se transformam em força, inclusive quando ele adapta uma espada Viking pesada a um formato mais condizente com seu estilo.

O que deu errado em O 13º Guerreiro?

Para um filme que conseguiu adaptar um romance complexo e ousou explorar temas pouco abordados em Hollywood, O 13º Guerreiro parecia destinado ao sucesso. No entanto, uma série de complicações se acumulou, resultando em um verdadeiro desastre. Primeiramente, as reações negativas dos testes de exibição forçaram a intervenção dos estúdios, levando até mesmo Michael Crichton a retomar grandes partes das filmagens – um feito inusitado para um romancista, mas não surpreendente para alguém com experiência na direção. Essas refilmagens inflaram o orçamento para cerca de US$ 160 milhões.

Orçamento$160,000,000
Bilheteria Nacional$32,698,899
Bilheteria Internacional$29,000,000
Bilheteria Mundial$61,698,899

Estreado em 27 de agosto de 1999, o filme arrecadou apenas cerca de US$ 61 milhões mundialmente, um valor muito abaixo do combinado entre os custos de produção e marketing. Esse desequilíbrio consagrou O 13º Guerreiro como o maior fracasso de bilheteria de 1999. Embora alguns críticos tenham elogiado seus visuais e ambição, muitos apontaram que o filme sacrificou a consistência pelo espetáculo, deixando o público imerso em cenas de ação sem grandes recompensas narrativas. Mesmo diante dos tropeços comerciais e de críticas divididas, o filme conquistou com o tempo um fiel público cult, especialmente entre os espectadores muçulmanos.

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