The Stand é um dos raros livros não de terror de King que realmente merece uma adaptação cinematográfica bombástica
The Stand é uma história épica de fantasia sombria que gira em torno de um grande surto de doença, transformando os Estados Unidos em uma paisagem pós-apocalíptica, palco de batalhas entre diversas facções formadas pelos sobreviventes – lideradas por figuras míticas destinadas a se enfrentarem. Embora não seja estritamente um romance de terror, momentos sombrios permeiam a narrativa, cujo objetivo principal é contar uma epopeia comparável à série The Lord of the Rings.
3 O filme de “The Stand” de Stephen King passou muitos anos no inferno do desenvolvimento
Duas tentativas foram feitas para levar “The Stand” aos cinemas
Era uma vez uma adaptação cinematográfica que faria jus a The Stand e estava nos estágios iniciais de desenvolvimento. A primeira ideia para transformar o extenso romance em filme surgiu na década de 1980, com King planejando um lançamento teatral, em colaboração com o lendário diretor de filmes de zumbi George A. Romero – diretor por trás de clássicos do horror, como Night of the Living Dead. King estava responsável pelo roteiro, e Romero tinha se comprometido a dirigir assim que o projeto fosse aprovado. Ali residia a dificuldade de traduzir a visão de King para as telas.
Em 2014, a produção começou, mas o plano de um filme dividido em quatro partes acabou se transformando em uma série de TV de oito partes, culminando em um único longa-metragem antes de ser definitivamente abandonado.
No início dos anos 2010, a Warner Bros voltou à ideia, em parceria com a CBS Films, para desenvolver uma adaptação em longa-metragem do romance. O diretor David Yates e o roteirista Steve Kloves, conhecidos pelo sucesso nos filmes de Harry Potter, foram contratados para criar uma franquia cinematográfica que dividiria o extenso livro em uma série similar. Contudo, Yates deixou o projeto, acreditando que a narrativa era mais adequada para a televisão.
2 Por que “The Stand” é tão adequado para uma adaptação cinematográfica
“The Stand” é praticamente perfeito para o potencial cinematográfico
Depois de longos anos preso no limbo do desenvolvimento e de ter sido reencarnado em séries de TV não uma, mas duas vezes, pode parecer que The Stand não seria adequado para um filme. No entanto, o fato de o projeto não ter se concretizado em ambas as ocasiões não retira seu potencial para se transformar em uma saga cinematográfica épica, capaz até de eclipsar obras como The Lord of the Rings ou Dune. The Stand pode ser, talvez, a história mais ambiciosa de Stephen King – possivelmente exceto sua série The Dark Tower, que compartilha vilões com o romance autônomo.
1 Será que a série de TV de “The Stand” foi melhor do que um filme teria sido?
Ambas as minisséries sofreram com o peso de “The Stand”
É difícil afirmar, de forma bem-humorada, que qualquer uma das minisséries de The Stand conseguiu capturar a grandiosidade da história original. A versão de 1994 é amplamente considerada uma das melhores adaptações dos anos 90 dos romances de Stephen King – talvez ficando logo atrás da primeira adaptação de It em termos de qualidade. Entretanto, com seu orçamento limitado e o ritmo narrativo monótono, a abordagem simplista do bem versus o mal não se adaptava bem às restrições do formato televisivo.
Por outro lado, o extenso número de episódios, o orçamento maior e o elenco mais robusto da edição de 2020, teoricamente, deveriam ter garantido um resultado superior. Contudo, essa versão mais recente deixou a desejar, repleta de mudanças que complicaram uma história já extensa e de uma narrativa não linear, que mais parecia seguir uma tendência do que enriquecer a trama. O resultado foi uma narrativa desajeitada, incapaz de transmitir a profundidade e o impacto que The Stand merece.
Fica claro que uma versão cinematográfica de The Stand poderia resolver as questões de ritmo e orçamento das adaptações anteriores, desde que a história fosse contada de maneira direta. É lamentável que a versão original do filme, com George A. Romero, não tenha se concretizado – seu talento para manejar narrativas expansivas e eventos sobrenaturais certamente teria se encaixado perfeitamente nessa saga épica. Resta imaginar como teria sido o resultado final, mas há esperança de que um filme um dia faça jus à ambição dos títulos de Stephen King.

Adriana Kvits é uma amante fervorosa da cultura japonesa, com um profundo amor por animes e mangás. Sua dedicação em explorar e compartilhar as complexidades dessas narrativas a torna uma voz apaixonada e uma guia confiável no emocionante mundo otaku.