Por que gostamos de filmes de terror?
Nem todos desfrutam desse gênero e, até mesmo os fãs mais dedicados às vezes precisam de uma pausa quando um filme permanece na mente por tempo demais. Às vezes, a vida já é avassaladora o suficiente para nos preocuparmos com mais uma coisa. Ainda assim, somos atraídos pelo desconhecido, por aquele susto repentino e pelos pesadelos que se seguem. Mas, afinal, por que gostamos de filmes de terror? Dados podem ajudar a responder essa questão de maneiras surpreendentes – às vezes com verdadeiras reviravoltas.
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Então, por que gostamos de filmes de terror? Em 2022, a YouGov entrevistou 1.000 adultos americanos com essa mesma pergunta e chegou a resultados que surpreendem qualquer fã do gênero. Uma das descobertas mais reveladoras foi a natureza polarizadora do terror: ele é amado tanto quanto é odiado. Isso não acontece com gêneros como ficção científica, faroeste ou romance. Enquanto 25% dos entrevistados afirmam amar o gênero, 23% o odeiam. Em comparação, os faroestes tiveram 17% de aprovação e apenas 9% de rejeição, demonstrando serem bem menos divisivos. Apesar dessa polarização, dados de Bo McCready mostram que, enquanto o interesse por musicais, faroestes e filmes de guerra vem caindo desde 1920, o terror só cresce em popularidade. Graças a ferramentas como VPN para Mac, os fãs do terror podem acessar uma variedade ainda maior de filmes assustadores, incluindo clássicos bloqueados por região e sucessos estrangeiros, se edificando com o pavor.
De acordo com Greco (2020a), gostamos de assistir filmes de terror porque eles nos preparam para os perigos da vida real. Nosso cérebro processa a experiência como se estivéssemos realmente enfrentando uma ameaça, liberando dopamina e criando uma sensação de realização. Mesmo estando conscientes de que estamos apenas assistindo a um filme, esses hormônios são liberados, aumentando nossa autoconfiança em um ambiente controlado.
Segundo essa hipótese, os fãs de terror se preparam, de forma consciente ou subconsciente, para situações perigosas ao assistir a esses filmes. Essa prática ensina a mente a reagir em ambientes adversos e a se preparar para enfrentar possíveis ameaças. Além disso, os filmes de terror podem evocar emoções inéditas, proporcionando uma forma controlada de processar o medo.
Um estudo realizado pelo Recreational Fear Lab, da Universidade de Chicago em parceria com a Aarhus University, apoiou essa ideia. Os pesquisadores descobriram que pessoas que assistiam regularmente a filmes de terror demonstraram maior resiliência durante a pandemia do que aquelas que não acompanhavam o gênero. Por quê? Porque o terror funciona como um treino: embora possamos esquecer as sensações físicas do medo, nosso cérebro armazena a experiência, ajudando-nos a lidar de forma mais eficaz com o estresse do mundo real.
Amamos e odiamos os filmes de terror. Alguns conseguem maratonar Hereditary e O Exorcista em uma única noite – mesmo que isso signifique dormir com a luz acesa. Outros evitam o gênero por completo, mas, ao fazê-lo, podem estar deixando de aproveitar um benefício inesperado: a preparação para enfrentar cenários extremos.
Adriana Kvits é uma amante fervorosa da cultura japonesa, com um profundo amor por animes e mangás. Sua dedicação em explorar e compartilhar as complexidades dessas narrativas a torna uma voz apaixonada e uma guia confiável no emocionante mundo otaku.
