Luke Skywalker Perdoou Darth Vader em O Retorno de Jedi – Mas Outro Herói de Star Wars Não
Star Wars: Episódio VI – O Retorno de Jedi foi a culminação do arco de personagem de Luke Skywalker na trilogia original de Star Wars, mas também marcou o fim da história de seu pai. Apesar de todo o mal que Anakin Skywalker havia cometido como Darth Vader, Luke acreditava que ele poderia encontrar redenção. Após se render ao Império, Luke disse a Vader: “Eu sei que há algo de bom em você. O Imperador não o extraiu por completo. Por isso você não podia me destruir.” Suas palavras pouco convenceram seu pai na hora, mas Luke não desistiu. Mesmo enquanto duelavam a bordo da segunda Estrela da Morte, ele rejeitou a ideia de que seu pai fosse puramente mau. Quando teve a chance de matar Vader, escolheu a misericórdia, declarando: “Eu sou um Jedi, assim como meu pai antes de mim.”
Vader provou que a fé de Luke não estava mal colocada. Quando o Imperador Palpatine atacou Luke com uma torrente de raios de Força, Vader se voltou contra seu mestre. Mesmo tendo suas próteses danificadas de forma irreparável pela eletricidade, ele enfrentou a dor e lançou Palpatine no núcleo do reator da Estrela da Morte, livrando a galáxia de seu tirano. Com seus suspiros finais, Anakin afirmou que Luke o havia salvado. Sem guardar rancor, Luke arriscou sua vida para levar o corpo de Vader a um local seguro, garantindo que ele recebesse um funeral digno. A Força também parece ter perdoado Anakin, permitindo-lhe tornar-se um fantasma da Força – uma habilidade exclusiva daqueles que estão sintonizados com o Lado Luminoso. Mesmo Obi-Wan Kenobi e Yoda, em suas formas de fantasma da Força, se reuniram com ele enquanto a Aliança Rebelde celebrava sua vitória em Endor. Contudo, nem todos aceitaram a redenção de Anakin tão facilmente, sendo que sua filha, Princesa Leia Organa, continuou a desprezá-lo muito depois dos eventos da trilogia original.
Darth Vader Arruinou a Vida da Princesa Leia em Star Wars
Entendivelmente, Leia nutria uma opinião ainda mais negativa sobre Vader do que seu irmão. Enquanto Luke crescia em Tatooine, imerso na ignorância sobre o universo além de seu lar, ele declarava seu ódio pelo Império Galáctico – embora, antes do trágico assassinato de sua tia Beru e seu tio Owen, não tivesse um motivo pessoal tão forte. Segundo o que contou, Tatooine não chamava atenção suficiente para merecer a fúria do Império, e ele jamais havia ouvido falar de Vader até que Obi-Wan o mencionasse. Após ingressar na Aliança Rebelde, Luke passou a ter razões para odiar Vader – afinal, o Sith matou Obi-Wan na Estrela da Morte, derrubou Biggs Darklighter na Batalha de Yavin e chegou a cortar a mão de Luke durante o duelo em Cloud City – mas, em comparação com Leia, sua experiência com o Lorde Sith era bastante limitada. Obi-Wan chegou a contar que Anakin fora, em sua essência, um “homem bom” e um “bom amigo”. Embora Obi-Wan acreditasse que Vader estava irremediavelmente perdido, Luke mantinha a fé de que as nobres virtudes de Anakin ainda residiam, ocultas sob sua carcaça mecânica. No confronto decisivo contra Vader na Estrela da Morte, quando Luke quase sucumbiu ao Lado Negro, sua determinação de redimir o pai se fortaleceu, ao comprovar que até mesmo pessoas boas podem ser tentadas a cometer o mal.
Anakin Skywalker Ansiava Pelo Perdão de Sua Filha
Tanto o cânone atual de Star Wars quanto a continuidade Legends exploraram os sentimentos de Leia em relação a Anakin após os eventos de O Retorno de Jedi. No romance Legends Star Wars: The Truce at Bakura, de Kathy Tyers, o fantasma da Força de Anakin aparece para Leia pouco depois que ela e os Rebeldes deixam Endor. Ao se apresentar, ele diz: “Estou perdoado, mas tenho muito a expiar. Preciso limpar seu coração e sua mente da raiva. A raiva é também o lado sombrio.” Leia se sentiu enojada com a audácia do ex-Sith ao tentar lhe dar aulas sobre virtude e eternidade. Para ela, um único ato de bondade antes de sua morte não compensava as inúmeras vidas ceifadas e as famílias despedaçadas. Ela o repreendeu: “Eu nunca te perdoarei. Desapareça. Vá embora.” Esse encontro a deixou profundamente perturbada, e ela lamentou não ter sido visitada pelo fantasma de Obi-Wan ou de Yoda.
Em outro romance da continuidade Legends, Star Wars: Tatooine Ghost, de Troy Denning, Leia viajou ao planeta natal de seu pai e passou a compreender melhor quem Anakin havia sido. Após conversar com o amigo de infância de Anakin, Kitster Banai, e ler o diário de sua mãe, Shmi Skywalker, ela percebeu que ele nem sempre fora mau. Embora isso não tenha sido suficiente para que Leia o perdoasse, trouxe-lhe uma certa paz de espírito. Anteriormente, ela hesitara em formar uma família com Han Solo, temendo que seus filhos herdassem a sombra de Vader, mas agora entendia que Anakin apenas havia sucumbido ao Lado Sombrio em decorrência das experiências que viveu. Com a educação adequada, seus filhos não estariam fadados ao mesmo destino. Eventualmente, ela e Han tiveram três filhos, sendo o caçula batizado como Anakin, na esperança de que ele resgatasse o nome e reverte o legado sombrio deixado pelo pai – missão que, de certa forma, se concretizou quando se tornou um Cavaleiro Jedi e serviu com dedicação à Nova República durante a Guerra Yuuzhan Vong.
Leia Era Mais Parecida com Seu Pai do Que Gostaria de Admitir
No cânone, levou ainda mais tempo para que Leia processasse seus sentimentos em relação a Vader. Esse foi um dos pontos centrais do romance Star Wars: Bloodline, de Claudia Gray, que se passa apenas seis anos antes de Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força. Leia tentou manter em segredo sua ligação com Anakin de toda a galáxia, inclusive de seu filho, Ben:
“A verdade sobre a identidade de Vader a despedaçou; ela não conseguia imaginar o que isso poderia significar para Ben. Pelo menos, Luke podia contar ao Ben a parte mais importante – que, no final, Vader foi redimido. Anakin Skywalker retornou; o lado sombrio foi derrotado pela luz. Leia sabia disso… mas ainda não o compreendia.”
Um de seus oponentes políticos, Ransolm Casterfo, descobriu e revelou a verdade sobre sua origem, fazendo com que o Senado da Nova República se voltasse contra ela. Até mesmo Ben se sentiu traído pelo fato de sua mãe ter mantido esse segredo, contribuindo para sua inclinação ao Lado Sombrio. Curiosamente, Ransolm mais tarde conseguiu se reconciliar com Leia, e essa amizade acabou ajudando-a a compreender melhor seu pai. Quando ele foi acusado injustamente de um assassinato, Leia se irritou com tamanha injustiça e reconheceu que “sua raiva poderia tê-la levado a matar se fosse necessário para proteger Ransolm”. Essa reflexão a fez questionar se a queda de Anakin para o Lado Sombrio não teria sido motivada, em parte, pelo amor – e não somente por um desejo egoísta de poder.
Em uma novelização júnior de Star Wars: Episódio IX – A Ascensão Skywalker, Leia finalmente fez algo que nunca havia conseguido na continuidade Legends: perdoar seu pai. Pouco antes de partir, ela vislumbrou os rostos daqueles que marcaram sua vida – Bail, Breha, Luke, Han, Padmé Amidala e até Anakin. Segundo o relato, “Leia nunca se reconciliou com Darth Vader, mas Luke disse ter sentido algo bom nele. Leia também sentiu… Ela aceitou o pedido de desculpas de seu pai e retribuiu seu amor.” Nos instantes finais, o fato de Anakin ter encontrado redenção renovou nela a esperança de que Ben também pudesse alcançar o perdão.

Adriana Kvits é uma amante fervorosa da cultura japonesa, com um profundo amor por animes e mangás. Sua dedicação em explorar e compartilhar as complexidades dessas narrativas a torna uma voz apaixonada e uma guia confiável no emocionante mundo otaku.