Esses 8 Filmes Foram Banidos e Ainda Não Consigo Acreditar nos Motivos
Ao longo dos anos, inúmeros filmes controversos foram banidos em diferentes países, e alguns dos motivos podem surpreender. Normalmente, uma obra polêmica é retirada das salas ou banida por conta de conteúdo sexual explícito, violência gratuita ou retórica política de ódio. Entretanto, outros filmes sofreram censura por razões inusitadas – de diferenças culturais simples a justificativas completamente bizarras, chegando a afetar até mesmo filmes que, à primeira vista, parecem ser apropriados para toda a família.
É compreensível que alguns dos filmes mais polêmicos da história tenham sido proibidos em determinadas regiões, mas há casos que são realmente desconcertantes. Enquanto alguns desses filmes continuam inacessíveis até hoje nos países em questão, outros foram censurados temporariamente, retornando apenas com o passar do tempo ou após mudanças significativas.
Banido para Crianças na Escandinávia
O clássico de ficção científica infantil E.T. – O Extraterrestre, dirigido por Steven Spielberg, é um marco de alegria nostálgica para espectadores ao redor do mundo – exceto, talvez, para quem cresceu na Suécia. Ainda que este filme familiar conte a história de um garoto que faz amizade com um ser de outro planeta e o ajuda a “telefonar para casa” a fim de retornar ao seu mundo, as autoridades de classificação na época consideraram a narrativa assustadora demais para os pequenos, chegando a proibi-lo para crianças com menos de 11 anos.
A diretora de censura escandinava, Gunnel Arrback, afirmou que esta fantasia clássica “pode causar danos mentais em crianças com idade superior a sete e inferior a 11 anos”, justificando a decisão com base em seu “clima ameaçador e assustador” e na representação de adultos como adversários das crianças. Enquanto Noruega adotou a mesma postura da Suécia, Dinamarca e Finlândia foram um pouco mais brandas, fixando a classificação etária em 7 e 8 anos, respectivamente.
7 – Pirates Of The Caribbean: Dead Man’s Chest (2006)
Banido na China
Enquanto Pirates of the Caribbean: The Curse of the Black Pearl foi um estrondoso sucesso que deu início a uma importante franquia da Disney, a sequência Dead Man’s Chest enfrentou problemas de censura e acabou sendo banida na China. Embora se possa supor que as atividades dos piratas da vida real fossem o problema, na verdade o que gerou conflito foi a inclusão de fantasmas no enredo. As estritas leis chinesas de censura restringem fortemente qualquer mídia que contenha elementos sobrenaturais – e, em alguns casos, chegam a bani-los completamente.
Além disso, não é a única obra que sofreu devido à presença de fantasmas; outros filmes, como Crimson Peak, também viram suas versões barradas na China. Oficialmente, a justificativa é de que os fantasmas contrariam os princípios seculares estabelecidos pelo Partido Comunista, embora esses espíritos frequentemente simbolizem autoridades corruptas, carregando consigo uma pesada carga política.
6 – Monty Python’s Life Of Brian (1979)
Banido na Irlanda, Itália, Noruega e Suécia
A comédia satírica Life of Brian, dos Monty Python, é um dos exemplos mais icônicos de filmes banidos na história do cinema. No entanto, ao assistir a essa obra, torna-se difícil compreender a origem de tanta controvérsia. Na época de seu lançamento, críticos em países como Irlanda, Itália, Noruega e Suécia acusaram o filme de blasfêmia, mesmo tratando da vida de um homem nascido próximo ao estábulo onde Jesus passou.
Embora a intenção não fosse atacar a fé religiosa, mas sim questionar a aceitação cega de dogmas, a sátira acabou sendo mal interpretada. Com a crítica à adoção irreflexiva de ideias, Life of Brian se consolidou como uma obra que expunha o absurdo de seguir tradições sem questionar. Curiosamente, na Suécia inclusive, a campanha de divulgação brincou com a polêmica, promovendo o filme com o slogan: “Tão engraçado que foi banido na Noruega!”
5 – Dr. Strangelove or: How I Learned To Stop Worrying And Love The Bomb (1964)
Banido na Finlândia
A sátira política de Stanley Kubrick, Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb, continua a divertir o público com sua análise perspicaz da política, das guerras e do potencial destrutivo dos conflitos nucleares. Com o talento irreverente de Peter Sellers, interpretando diversos personagens, o filme se tornou uma aula de humor inteligente que culminou em sua proibição na Finlândia.
O governo finlandês temia que a exibição da obra, que expunha a possibilidade de uma guerra nuclear entre os EUA e os soviéticos – um medo real durante a Guerra Fria – pudesse atrapalhar a delicada relação com a União Soviética. Mesmo hoje reconhecido como um dos grandes clássicos da comédia, o corte feito na época evidencia a tensão política dos anos 60.
4 – Uncharted (2022)
Banido no Vietnã
Os fãs de videogames de todo o mundo vibraram com a estreia de Tom Holland no papel do aventureiro Nathan Drake, na adaptação cinematográfica de Uncharted, desenvolvida pela Naughty Dog. Contudo, no Vietnã o filme gerou controvérsia e foi banido por conta de uma cena específica: a exibição de um mapa que delineava territórios disputados. Em especial, a representação da “linha dos nove traços” – usada pela China para reivindicar vastas áreas do Mar do Sul da China – acabou sendo o estopim para a proibição no país.
3 – Shrek 2 (2004)
Banido em Israel
A versatilidade da animação permite que os filmes sejam dublados para diversos idiomas, possibilitando que públicos de diferentes culturas desfrutem das histórias sem a necessidade de legendas. Isso abre espaço para pequenas adaptações no diálogo, tornando a obra mais alinhada com o contexto cultural local. Contudo, foi justamente essa liberdade que levou Shrek 2 a ser banido em Israel após uma piada que ridicularizava o cantor israelense David Daor.
A piada fazia alusão à voz aguda de Daor, com a frase “Vamos fazer um David Daor nele”, insinuando que ele teria sido castrado. O próprio Daor afirmou que o filme o retratava como um eunuco, transformando-o em motivo de riso, e um tribunal determinou a retirada da obra das salas de cinema até que a piada fosse eliminada.
2 – Back To The Future (1985)
Banido na China
De Volta para o Futuro figura como um dos filmes mais populares dos anos 80, tendo dado início a uma das maiores franquias de ficção científica familiar. No entanto, na China o filme foi proibido após o país banir, em 2011, o conceito de viagem no tempo. A decisão, que visava coibir a reinterpretação frívola e ostensiva dos acontecimentos históricos, afetou retroativamente as aventuras de Marty McFly e Doc Brown, mesmo sem qualquer ligação da narrativa com a história chinesa.
A ação demonstra a rigidez das autoridades em controlar narrativas que reescrevem o passado, atingindo assim diversas obras que, de outra forma, seriam consideradas clássicas.
1 – 2012 (2009)
Banido na Coreia do Norte
Para aqueles que amadureceram na década de 2000, o temor de que o mundo chegasse ao fim em 2012 é uma lembrança marcante. Esse apocalipse anunciado ganhou visibilidade com o término do calendário de Longa Contagem da civilização maia, alimentando a narrativa do filme de desastre 2012, que retrata um mundo dominado por catástrofes como terremotos, inundações e erupções vulcânicas.
No entanto, a Coreia do Norte tomou um caminho diferente: o país baniu o filme por coincidir com o centenário do nascimento do Primeiro Grande Líder, Il-Sung Kim. Em vez de aceitar a previsão de destruição total, o regime autoritário preferia enfatizar que 2012 marcaria a ascensão da Coreia do Norte como uma superpotência mundial, o que estava em total desacordo com a mensagem apocalíptica do filme.
Adriana Kvits é uma amante fervorosa da cultura japonesa, com um profundo amor por animes e mangás. Sua dedicação em explorar e compartilhar as complexidades dessas narrativas a torna uma voz apaixonada e uma guia confiável no emocionante mundo otaku.
