Crítica de The Alto Knights: Robert De Niro está de volta para mais um filme de gângsteres cansados, mas desta vez são dois

Análise de The Alto Knights: Se Você Procura o Próximo Grande Papel de Robert De Niro, Este Cansado Filme de Máfia Irá Decepcioná-lo

Robert De Niro adiciona mais um filme de máfia à sua longa lista de créditos no gênero com The Alto Knights, mas está longe de ser um grande sucesso. Livremente inspirado nos chefes da máfia Vito Genovese e Frank Costello, ambos interpretados por De Niro, o filme se assemelha em clima a The Big Short, caso os personagens estejam dispostos a admitir que estão infringindo a lei. Ambientado na cidade de Nova Iorque na década de 1950, The Alto Knights aposta em nossa nostalgia por essa época, contando fortemente com a energia de De Niro para nos manter atentos.

Infelizmente, não é exagero dizer que De Niro está praticamente sozinho na tela, já que Vito e Frank são os únicos personagens que se destacam. Debra Messing é instantaneamente esquecível e redundante em seu papel como Bobbie Costello, interpretando a esposa de Frank sem qualquer utilidade além de assistir televisão e expressar opiniões exageradas sobre os cães do casal. Mesmo a aparição surpresa de Kathrine Narducci, que interpreta Anna Genovese – a única personagem feminina com um mínimo de personalidade –, tem sua passagem muito curta. Após cumprir a função de intensificar a tensão entre Vito e Frank, sua presença é praticamente apagada.

The Alto Knights Depende de Narração e Exposição Exagerada

Contada pela Perspectiva de Frank, é Fácil Perceber Qual De Niro Reinará

O filme parte do pressuposto de que vamos acreditar que Vito e Frank foram, um dia, amigos, e que sua relação, outrora forte, gera um conflito palpável após o rompimento. Contudo, a maior fraqueza de The Alto Knights – sua tendência a “contar” em vez de “mostrar” – não nos oferece qualquer prova de que esses homens já se importaram um com o outro. Durante as duas horas em que acompanhamos os dois De Niro em ação, somos levados a aceitar as palavras de Frank sem questionar o que realmente aconteceu no antigo bairro.

Um filme mais interessante teria explorado a ideia de que Frank é um narrador pouco confiável, mas The Alto Knights não desenvolve esse aspecto de sua personalidade. Nem mesmo as reviravoltas ocasionadas pelo surto violento de Vito ou os planos ardilosos de Frank conseguem impactar, pois não há tempo suficiente para criarmos qualquer conexão com esses personagens. Encontramo-los em um patamar de riqueza e conforto torna difícil torcermos por suas reviravoltas – e as consequências para suas ações são resolvidas num piscar de olhos, como se uma vida inteira pudesse ser resumida sem aprofundar os detalhes relevantes.

Além disso, o filme elimina todos os momentos realmente interessantes, resultando em duas horas desprovidas de emoção. A comédia é extraída dos diálogos e dos mal-entendidos entre os chefes da máfia, mas muitas vezes as conversas se estendem de forma tão prolixa que chegam a beirar o incompreensível. Quando a câmera inicia seus movimentos amplos e desordenados em sequências onde pouco é dito, fica claro que o diretor Barry Levinson estava ciente de que a parte mais entediante da história estava sendo contada de maneira excessivamente complicada – ainda que sem justificativa para tal escolha.

Mesmo com uma ação que, de forma caricata, evoca a nostalgia de fotografias em preto e branco e os clássicos das Big Bands, essas tentativas de impactar emocionalmente o espectador parecem vazias. A estética do filme, com seu visual acolhedor e granuloso, remete à época e tem seus méritos; porém, é evidente que a produção apenas encobre um problema maior. As construções modernas em estilo “McMansion” exalam a atmosfera do século 21, enquanto a estilização exagerada compromete a autenticidade, reforçando a sensação de estarmos assistindo a uma recriação polida do período, mantida sempre à distância.

The Alto Knights Não Tem Nada a Dizer Sobre a Máfia ou Seus Personagens

Se o Filme Tentou Inserir uma Mensagem Mais Profunda Durante sua Trajetória, Eu Com Certeza a Perdi

Não é obrigatório que um clássico filme de máfia teça comentários amplos sobre o estado do crime organizado ou sobre o delicado equilíbrio do anti-herói; entretanto, The Alto Knights demonstra um desinteresse notável tanto pela trama quanto pelos personagens, levando a crer que o projeto foi realizado sem um propósito claro. O filme chega ao ponto de retratar Frank Costello como o herói, proporcionando-lhe um final feliz e pintando-o como o “bom” na balança, em contraposição ao Vito duro e impiedoso. A narrativa teria sido muito mais interessante se ambos os lados apresentassem nuances negativas.

Embora De Niro ofereça momentos de humor, o filme não se leva muito a sério. Para aqueles que procuram um seguimento empolgante para obras como The Irishman ou outros clássicos do mafioso De Niro, é importante lembrar que Scorsese não está por trás deste projeto. Mesmo sem estar totalmente despreparado, a escolha de manter De Niro praticamente sozinho na tela é questionável – parece que teria sido melhor escalonar outro ator para dialogar com ele, em vez de deixá-lo enfrentar seus próprios dilemas. E, mesmo que nada seja realmente inovador, The Alto Knights utiliza essa premissa mais como uma oportunidade do que como um desafio.

Data de Lançamento: 21 de abril de 2025

The Alto Knights retrata a rivalidade entre dois notórios chefes do crime de Nova Iorque, Frank Costello e Vito Genovese. Antigos aliados, a amizade dos dois se desfaz devido ao ciúme e à traição, desencadeando uma violenta disputa pelo poder que altera não apenas a dinâmica interna da máfia, mas também deixa um impacto duradouro na história dos Estados Unidos.

Elenco: Robert De Niro, Debra Messing, Kathrine Narducci, Cosmo Jarvis, Belmont Cameli, Carrie Lazar, James Ciccone, Bob Glouberman, Ed Amatrudo

Duração: 120 minutos

Diretor: Barry Levinson

Roteirista: Nicholas Pileggi

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