Crítica de Branca de Neve: Rachel Zegler é a princesa perfeita da Disney, mas isso não é suficiente para ofuscar os problemas do remake em live action

No fim do dia, este é simplesmente mais um filme que conta um dos contos mais conhecidos da história, além de ser mais uma reinterpretação live-action. O longa não merece o escárnio prévio, mas ainda sofre com os problemas clássicos dos remakes em live-action.

Sim, Rachel Zegler é uma Verdadeira Estrela

E as mudanças na história de Branca de Neve ajudam a mostrar isso

É justo dizer que quase todo mundo conhece a história de Branca de Neve (interpretada aqui por Rachel Zegler), a bondosa princesa que come uma maçã envenenada e cai em um sono amaldiçoado. Em sua maior parte, a roteirista Erin Cressida Wilson segue os pontos familiares do enredo – desde a infância encantada de Branca, dominada por sua madrasta maligna, a Rainha Má (Gal Gadot), até sua fuga para a floresta após ser condenada à morte –, o que, naturalmente, leva ao encontro dos sete anões. Contudo, a nova versão de Branca de Neve busca atualizar esse conto clássico com mudanças significativas.

Em seu mais recente grande projeto, Rachel Zegler comprova ser uma estrela de primeira linha. Quer ela atue ao lado de anões gerados por CGI ou cante um solo emocionante, sua entrega total ao papel reafirma o ideal verdadeiro de uma princesa de conto de fadas. Grande parte da trama se apoia no fato de que os personagens estão dispostos a arriscar tudo por ela, devido à sua compaixão e bondade, e Zegler interpreta isso de maneira tão encantadora que não há dúvida de que os demais se rendam facilmente ao seu encanto.

O Bom Não Pesa Completamente o Ruim Aqui

Foi na parte intermediária de Branca de Neve, quando a princesa explora o mundo além de seu reino e encontra novos rostos, que comecei a questionar se o filme havia conquistado completamente minha atenção. As cenas centrais, dirigidas por Webb (conhecido por The Amazing Spider-Man e 500 Days of Summer), trazem uma sensação de encantamento que evoca o clássico da Disney, e as novas canções de Benj Pasek e Justin Paul são cativantes e divertidas – com destaque para o dueto de disputa entre Jonathan e Branca, “Princess Problems”. Entretanto, conforme a narrativa avança, surgem fissuras que se tornam cada vez mais aparentes.

Os anões gerados por CGI já receberam várias críticas, e embora eu deseje poder afirmar que seu desempenho na tela não seja tão ruim, isso confere ao filme uma aparência artificial. Ver Zegler dividindo cenas com personagens digitais tira parte da magia, mesmo que a inocência de um dos anões consiga, por um instante, encantar o espectador. Essa artificialidade se estende aos ambientes que cercam o elenco, faltando o realismo presente em outras aventuras live-action da Disney, como As Crônicas de Nárnia ou Piratas do Caribe.

Ao abandonar seu papel mais conhecido como a Mulher Maravilha para encarnar uma das vilãs mais icônicas da Disney, Gal Gadot parece se deleitar em explorar a maldade da Rainha Má. Imprescindível em sua imponência – especialmente em seu vestido escuro e cintilante – Gadot executa o número musical da rainha com vocais competentes. No entanto, o vilão acaba ficando sem impacto devido a uma caracterização rasa, e Gadot não consegue elevar a personagem a um status mais marcado sem o suporte de um roteiro mais sólido.

Tudo isso culmina em um ato final que, embora fiel à essência de Branca de Neve, se mostra anticlimático e levemente empalagoso. Rachel Zegler é, sem dúvida, o ponto alto do filme, e seus fãs certamente se encantarão com sua performance. Porém, para aqueles já cansados dos remakes da Disney carregados de CGI, pode faltar a faísca necessária para cativá-los por completo. Branca de Neve dificilmente pode ser considerada um fracasso, e certamente não é o pior esforço da Disney, mas certamente poderia ter sido melhor.


Data de Lançamento
21 de março de 2025
Adaptação live-action do conto clássico, que acompanha Branca de Neve enquanto ela foge para a floresta e se refugia com sete anões para escapar da invejosa madrasta, a temida Rainha Má, ameaçada pela beleza superior da princesa.

Elenco
Rachel Zegler, Gal Gadot, Andrew Burnap, Martin Klebba, Ansu Kabia, Dujonna Gift-Simms, Joshmaine Joseph, Lukus Alexander, Misa Koide, Katie Hardwick, Dean Nolan, Kathryn Akin, Leon Ung, Emilia Faucher

Direção
Marc Webb

Roteiristas
Erin Cressida Wilson, Greta Gerwig

Estúdios
Disney, Marc Platt Productions

Prós

  • Rachel Zegler é a princesa Disney perfeita.
  • A relação entre Branca de Neve e Jonathan é doce e, em sua maior parte, uma mudança de ritmo refrescante.
  • As novas canções de Benj Pasek e Justin Paul são cativantes.

Contras

  • Os anões e cenários em CGI fazem o filme parecer artificial.
  • A Rainha Má interpretada por Gal Gadot está mal desenvolvida.
  • O final se mostra um pouco tolo por sua doçura excessiva.

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