As Histórias em Quadrinhos da Hasbro da Marvel e da Skybound São Sucessos Clássicos e Modernos
A maior franquia da Hasbro é indiscutivelmente Transformers, que vem se destacando desde 1984. Essa mesma época testemunhou o lançamento de uma nova e popular versão de G.I. Joe, intitulada G.I. Joe: A Real American Hero, que lutava pela liberdade na terra, no mar e no ar. Embora ambas as marcas não estejam mais tão presentes nas telonas e nas telas pequenas como antes – especialmente G.I. Joe – outro meio tem demonstrado um material de origem exemplar.
G.I. Joe e Transformers alcançaram um sucesso estrondoso nas histórias em quadrinhos, seja na era clássica da Marvel Comics ou no atual Universo Energon, publicado pela Skybound. Isso fica evidente também pelas impressionantes campanhas de Kickstarter para os compêndios dos quadrinhos clássicos dessas marcas, com Transformers alcançando esse feito recentemente. Com os filmes tendo decepcionado ao não capturarem o verdadeiro mito dos Joes e dos Autobots, vale a pena observar o que realmente funciona, evitando reinventar a roda.
Filmes Anteriores de Transformers e G.I. Joe Não Conseguiram Adaptar Suas Melhores Histórias
No caso das adaptações live-action da Paramount, os filmes de Transformers – e, principalmente, os de G.I. Joe – deixaram a desejar para a maioria, mesmo que os de Transformers tenham alcançado sucesso financeiro por um tempo, até que a fórmula de baixa qualidade se tornou enfadonha. Um grande problema foi a transformação dos personagens clássicos a ponto de se tornarem irreconhecíveis, com diretores e estúdios parecendo interessados apenas em lucrar com uma propriedade já conhecida. Esse fato se evidenciou especialmente nos filmes de Michael Bay, onde muitos dos robôs disfarçados mal lembravam suas versões anteriores.
No caso de G.I. Joe, muitos fãs desaprovaram a reimaginação da equipe – mesmo carregando o subtítulo “A Real American Hero” – transformada em uma força internacional. O desenvolvimento dos personagens e do enredo foi secundarizado em prol do espetáculo, de modo que nenhum elemento do verdadeiro mito se mostrava cativante ou digno de admiração. Em comparação com o quanto até mesmo um espectador casual se envolvia com o universo do Marvel Cinematic Universe (ao menos até o surgimento de filmes Marvel mais recentes), as adaptações cinematográficas de G.I. Joe e Transformers foram especialmente decepcionantes.
G.I. Joe foi, em particular, um fracasso nas telonas, com o prelúdio de 2021, Snake Eyes, tendo sido recebido de forma péssima e fracassando nas bilheterias. Os principais problemas desses filmes residem em suas tentativas de serem simultaneamente adaptações e obras cinematográficas independentes, modificando tanto o material original que não se justificava, nem se sustentava por si só. Do ponto de vista dos fãs, o vasto material original que poderia ter sido adaptado torna essas tentativas ainda mais insatisfatórias, pois a fórmula já está praticamente definida.
Estúdios e cineastas demonstram pouco interesse por esse rico conteúdo, o que explica sua frequente negligência. Entretanto, o sucesso do Universo Energon e das campanhas de Kickstarter comprovam que há um valor narrativo nas franquias. Os fãs não se dedicam a essas histórias por mera lealdade à marca; eles consideram que os enredos e personagens valem realmente a atenção. Assim, seguir o que foi feito nos quadrinhos é, sem dúvida, a melhor forma de transformar Transformers e G.I. Joe em verdadeiros casos de sucesso.
Como o Universo Energon Pode Ser o Próximo Grande Sucesso da Paramount
Nos últimos tempos, várias séries animadas de Transformers não alcançaram o sucesso esperado, com o recente Transformers: EarthSpark chegando a ser polêmico em algum momento. Mesmo assim, esse desempenho já supera o atual destino de G.I. Joe, que hoje se limita, quase que exclusivamente, a brinquedos e quadrinhos. Não há uma série de desenho animado de G.I. Joe há mais de uma década, e a marca estava praticamente esquecida até o Universo Energon reacender seu interesse. Contudo, produtores em Hollywood não se acomodam com propriedades já estabelecidas, e é inevitável que novas versões cinematográficas de ambas as franquias surjam. Para que isso aconteça, a Paramount precisa aproveitar o que funcionou nos quadrinhos ao longo dos anos e replicá-lo em outros meios.
Dessa forma, mesmo aqueles que ainda não acompanharam Void Rivals poderão seguir a narrativa sem sentir que algo lhes escapou. Esse é um desafio comum entre universos compartilhados, como demonstra o próprio caminho do Marvel Cinematic Universe. As séries da Marvel Studios na Disney+ não alcançaram o mesmo patamar de sucesso ou carinho esperado, e a enxurrada de conteúdos medianos contribuiu, para alguns, para a queda do MCU. A dependência de algumas dessas séries para a compreensão dos filmes acabou por tornar a narrativa confusa e desordenada.
Adotar essa abordagem permitiria espelhar parte do sucesso inicial do Marvel Cinematic Universe, criando uma “linha condutora” clara. A formação de G.I. Joe seria comparável à união dos Vingadores no MCU, e a era do streaming oferece uma excelente oportunidade para se alcançar um momentum e um engajamento semelhantes. Assim, cada franquia – seja cinematográfica ou televisiva – poderia existir de forma independente, mas interligada, permitindo que os fãs escolham a que mais lhes interessa. Além de adotar o Universo Energon como modelo, um reboot da Paramount para Transformers e G.I. Joe precisa buscar inspiração nos quadrinhos da Marvel.
Há uma riqueza de caráter e elementos mitológicos que permanecerão inexplorados se o impacto desses quadrinhos continuar a ser desconsiderado. Isso é especialmente verdadeiro para a outra grande marca da Hasbro. G.I. Joe foi profundamente definido pelos quadrinhos de Larry Hama, que deram atenção especial à maioria dos personagens secundários. Personagens como Chuckles, Tunnel Rat e, principalmente, Snake Eyes receberam desenvolvimento muito além do que era mostrado na versão animada, com retratos cheios de nuances que os destacavam como mais do que simples heróis de ação.
Essa profundidade contribuiu inclusive para Cobra Commander, que passou de um vilão genérico e risonho a uma figura trágica, mas ainda profundamente maligna. A morte de personagens importantes e vilões elevou consideravelmente as apostas, algo que a versão animada não conseguia transmitir. Além disso, elementos excessivamente absurdos da ficção científica foram minimizados, com conceitos como Cobra-La sendo ignorados ou amplamente modificados.
G.I. Joe
G.I. Joe é uma franquia multimídia adorada, que cativou o público por gerações. Abrangendo action figures, histórias em quadrinhos, séries animadas e filmes live-action, G.I. Joe conta a história de uma equipe corajosa de soldados de elite – os Joes – que enfrentam as forças do mal representadas pela vilanesca organização Cobra.
Transformers
Transformers é uma franquia de mídia produzida pela empresa americana de brinquedos Hasbro, em parceria com a japonesa Takara Tomy. A história acompanha principalmente os heroicos Autobots e os maléficos Decepticons, duas facções de robôs alienígenas em guerra, capazes de se transformar em diversos veículos e animais.

Adriana Kvits é uma amante fervorosa da cultura japonesa, com um profundo amor por animes e mangás. Sua dedicação em explorar e compartilhar as complexidades dessas narrativas a torna uma voz apaixonada e uma guia confiável no emocionante mundo otaku.