8 anos depois, o fracasso da fantasia de Charlie Hunnam, que custou US$ 175 milhões, está se tornando um sucesso cult

King Arthur: Legend of the Sword encontra sucesso nos serviços de streaming

King Arthur de pé com sua espada, pronto para a batalha

Inicialmente, King Arthur: Legend of the Sword foi pensado para ser apenas um dos muitos capítulos de uma franquia dedicada ao herói mais emblemático da Inglaterra. Infelizmente, seu desempenho fraco nas bilheterias frustrou as expectativas de uma série de filmes. Agora, a produção que foi mal avaliada está a caminho de se tornar um clássico cult.

Charlie Hunnam como King Arthur

Esta releitura de um conto consagrado é, certamente, imperfeita. Mesmo com momentos de roteiro duvidoso e efeitos CGI sombrio, os fãs de cinema conseguem identificar que a visão de direção de Guy Ritchie continua bem definida, e Charlie Hunnam se dedica intensamente ao papel de um jovem Arthur. Além disso, um elenco coadjuvante com Jude Law, Djimon Hounsou, Eric Bana e Astrid Bergès-Frisbey – além de uma participação especial de Sir David Beckham – torna o projeto de 2017 ainda mais memorável.

Ainda que nem sempre esteja disponível para streaming gratuitamente, King Arthur: Legend of the Sword circulou por serviços populares como a Netflix, onde figurou entre os 10 filmes mais assistidos. Parece que o apelo da dupla Hunnam/Ritchie é suficiente para atrair espectadores a darem uma chance à produção, apesar dos 31% de aprovação dos críticos no Rotten Tomatoes, enquanto o público lhe confere uma nota de 69%, com muitos recentes espectadores elogiando sua qualidade e valor de entretenimento.

King Arthur: Legend of the Sword

A crítica do Rotten Tomatoes aponta que a interpretação de Ritchie sobre a lenda arturiana “empilha montes de ação moderna em um conto centenário”, deixando de prestar a devida homenagem à narrativa clássica. Contudo, os admiradores do diretor – conhecido por seus filmes de ação repletos de humor ácido e seus aclamados filmes de mistério – entendem que sua intenção foi justamente fugir dos temas tradicionais.

Em vez disso, Ritchie opta por criar uma versão mais crua da lenda de King Arthur, onde um homem que aprendeu a sobreviver nas ruas é confrontado com a responsabilidade de salvar um reino à beira do colapso. Isso significa que o público pode esperar lutas coreografadas com maestria, magia sanguinolenta e uma direção contemporânea, diferenciando-se das versões mais tradicionais como Excalibur ou da descontraída The Sword in the Stone. No fim das contas, o filme se apresenta como uma aventura envolvente, enraizada em uma mitologia já conhecida.

A interpretação de Ritchie precisa de mais tempo para envolver o público

O filme poderia ter sido melhor recebido se tivesse aprofundado mais a história e seus personagens. Com um tempo de execução de pouco mais de duas horas, acaba não conseguindo abordar todos os pontos que os fãs de lendas arturianas esperam. Para aqueles que acreditam que o público não estava preparado para um esforço mais extenso de Ritchie, vale lembrar que apenas dois anos depois, Avengers: Endgame teve uma duração de três horas – mostrando que a duração não é, de fato, o grande problema.

Talvez o diretor tivesse alcançado mais sucesso se a produção tivesse sido lançada como uma minissérie em uma plataforma de streaming. Mesmo que isso não tivesse dado origem à franquia inicialmente sonhada para este conto de King Arthur, teria possibilitado que os roteiristas se dedicassem mais tempo à reestruturação da lenda.

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