10 We Bury The Dead
O gênero zumbi continua sendo um dos mais explorados em todas as formas de ficção e, embora alguns cineastas encontrem dificuldade em trazer novas abordagens, We Bury the Dead, de Zak Hilditch, encontra um meio-termo interessante entre o familiar e o original. Situado na Tasmânia devastada por um experimento militar fracassado que ceifou a vida de 500.000 pessoas, o filme gira em torno de Daisy Ridley, que interpreta uma mulher desesperada que se junta à equipe de remoção de cadáveres com o objetivo de encontrar seu marido desaparecido – apenas para descobrir que os mortos começam a ganhar vida.
“Entrei no filme esperando que fosse muito mais um drama do que se apresentava, e fiquei surpreso com o quão arrepiante ele se revelou.”
9 Hallow Road
O novo thriller com Matthew Rhys e Rosamund Pike surpreende de forma impactante. Estreando na sessão Midnighter do SXSW, mesmo após um dia cansativo, os primeiros momentos de Hallow Road, dirigido por Babak Anvari, conseguem capturar a atenção do espectador de imediato.
O filme acompanha um casal que recebe uma ligação de emergência durante a madrugada de sua filha, que se encontra no local de um acidente causado por ela mesma. Grande parte da trama se desenrola dentro do carro da família, enquanto os personagens de Rhys e Pike correm contra o tempo para chegar ao local do acidente antes que qualquer outra pessoa o faça.
Ao levantar questões sobre até onde os pais estão dispostos a ir para salvar seus filhos e o peso da responsabilidade em um acidente, o filme encontra um núcleo emocional comovente. Ainda assim, é a inclinação de Anvari para o horror que eleva Hallow Road a níveis arrepiantes, lembrando uma viagem de carro às 2h da madrugada rumo ao coração da escuridão.
Drop
Em Drop, o primeiro encontro de uma mãe viúva em anos toma um rumo aterrorizante quando ela passa a receber mensagens anônimas ameaçadoras durante um jantar sofisticado. A trama coloca Violet em uma situação de vida ou morte, com um ritmo rápido e um roteiro repleto de reviravoltas que mantêm o espectador grudado à tela.
Com uma direção certeira e um roteiro inteligente, o filme se destaca pelo entretenimento constante e pela tensão crescente. Mesmo quando a suspensão da descrença é desafiada, Drop compensa com uma proposta divertida e viciante, onde cada cena traz uma nova surpresa.
Idiotka
À primeira vista, Idiotka pode parecer uma história fútil de fashionistas, mas rapidamente revela camadas ocultas de cores e texturas. Lembrando uma versão mais comovente de The Devil Wears Prada, o filme faz uma crítica à exploração na indústria dos reality shows sob o olhar da moda.
Anna Baryshnikov entrega uma performance encantadora ao interpretar Margarita, cuja aparência doce contrasta com sua força e determinação. A química entre ela e Camila Mendes, que interpreta sua mentora Nicol, confere ao filme momentos marcantes, enquanto participações especiais de personalidades do mundo da moda acrescentam toques sofisticados à narrativa.
Friendship
Friendship, lançado em 2024, acompanha o pai de família suburban Craig Waterman, que se vê envolvido com seu enigmático vizinho Austin Carmichael. A ligação entre os dois, feita através de interesses compartilhados e a paixão pela exploração urbana, ganha contornos inesperados quando a natureza obsessiva de Craig ameaça transformar a amizade nascente em algo perturbador.
Marcas já conhecidas por sua comédia constrangedora, como visto em I Think You Should Leave, se fazem presentes nesta produção, proporcionando momentos de humor desconfortável que equilibram a tensão da história.
The Surrender
The Surrender se estabelece como um filme intenso, filmado em um único ambiente e protagonizado por Kate Burton e Colby Minifie, que interpretam uma mãe e uma filha envolvidas em um ritual perturbador após a morte do patriarca familiar. A diretora e roteirista Julia Max mostra maestria ao usar o som e a ambientação para criar sustos genuínos.
À medida que a trama foge completamente do controle, o filme se transforma em uma odisséia aterrorizante, carregada de aparições fantasmagóricas, cenas de gore e interpretações de tirar o fôlego – elementos essenciais para um thriller de horror sólido.
Death Of A Unicorn
Death of a Unicorn pode ser exagerado e até absurdo em alguns momentos, mas nunca perde sua base. Escrito e dirigido por Alex Scharfman, o longa apresenta um pai e uma filha – interpretados por Paul Rudd e Jenna Ortega – que lutam para impedir que uma família abastada explore um unicórnio, após um inusitado acidente envolvendo o personagem de Rudd.
Com um humor irreverente e uma dose generosa de criatividade, o filme se torna extremamente divertido do início ao fim. Um elenco repleto de talento, incluindo uma atuação memorável de Will Poulter, evidencia a vontade dos atores de se divertirem, criando uma experiência cinematográfica leve, estranha e, sobretudo, envolvente.
Dead Lover
Inspirado nas diversas releituras da história de Frankenstein, Dead Lover se destaca por sua originalidade. Com atuações comprometidas de Grace Glowicki, Petrie, Leah Doz e Lowen Morrow, o filme se apoia em uma paleta visual vibrante que remete, de forma inusitada, aos clássicos de Monty Python e The Rocky Horror Picture Show, prenunciando seu futuro status de cult.
The Accountant 2
Onde The Accountant levou a sério sua proposta de thriller de ação centrado em um contador autista que investiga corrupção, The Accountant 2 abandona essa seriedade para propor algo totalmente diferente. Com Jon Bernthal assumindo um papel mais robusto como Brax, o filme se transforma em uma comédia de parceria idiossincrática, onde o personagem de Ben Affleck, Chris, une forças com seu irmão Brax para desvendar um assassinato.
Mais que a lógica do enredo, o que impressiona é o absurdo das situações – desde danças inusitadas até encontros relâmpagos e cenas de ação eletrizantes – que se mesclam a um surpreendente núcleo emocional, mesmo que alguns pontos não se encaixem perfeitamente no final.
Summer of 69
Summer of 69 prova que não são apenas os jovens que anseiam por uma nova história de amadurecimento – muitos adultos ainda guardam um espírito jovem. A estreia na direção, comandada por Jillian Bell, irradia seu charme único e senso de humor, entrelaçando as desventuras românticas da estudante Abby com a crise de identidade de uma stripper de Santa Monica.
Com uma narrativa que equilibra nostalgia, comédia e drama, Summer of 69 oferece uma perspectiva refrescante sobre o amadurecimento e os dilemas da vida adulta.

Adriana Kvits é uma amante fervorosa da cultura japonesa, com um profundo amor por animes e mangás. Sua dedicação em explorar e compartilhar as complexidades dessas narrativas a torna uma voz apaixonada e uma guia confiável no emocionante mundo otaku.