Depois de assistir Nosferatu, não acredito que Robert Eggers não conseguiu acertar esse remake do clássico monstro
Mesmo tendo pouco conhecimento da história original de Nosferatu, achei a adaptação de Eggers soberba. Em seu estilo clássico, o filme apresenta visuais lindamente sombrios, atuações intensas de grandes estrelas e uma trama que subverte as expectativas de inúmeras maneiras. Considerando sua filmografia, o sucesso de Nosferatu não surpreende. Eggers é um mestre na construção de mundos de fantasia únicos e demonstra transparência quanto à sua dedicação ao folclore e à precisão histórica. Com tudo isso em mente, não posso deixar de me perguntar: por que Eggers desistiu de sua adaptação de Frankenstein?
Robert Eggers Pretendia Refazer Frankenstein, Mas Sua Versão “Fedeu”
O que Poderia Ter Dado Errado com o Frankenstein de Eggers
Na época em que Nosferatu estreou, Eggers concedeu uma entrevista ao Curzon na qual revelou ter iniciado o desenvolvimento de uma adaptação de Frankenstein, baseada na obra de Mary Shelley. Embora essa história gótica sobre mortalidade e humanidade parecesse perfeitamente alinhada com seus projetos anteriores, o diretor confessou ter abandonado o projeto após duas semanas, afirmando que “definitivamente foi ruim”. Dessa forma, Eggers reconheceu que sua versão de Frankenstein simplesmente não aconteceria, pelo menos por enquanto.
Embora ele não detalhe os motivos exatos do fracasso de sua reinterpretação, há algumas teorias plausíveis. Primeiramente, talvez Eggers não tenha conseguido encontrar um equilíbrio entre ser fiel ao material original e oferecer algo inovador o bastante para parecer novo – um desafio que também foi central em Nosferatu. Além disso, é possível que o diretor tenha se deparado com um bloqueio criativo, percebendo que o projeto exigia muito mais trabalho do que poderia dispensar.
É Difícil Acreditar que o Frankenstein de Robert Eggers Seria Ruim Após Nosferatu
Perder o Frankenstein de Eggers Nem é Tão Ruim
Apesar do que Eggers afirma, é difícil acreditar que sua versão de Frankenstein seria tão ruim. O diretor já provou, diversas vezes, ser um contador de histórias e cineasta habilidoso. Até o momento, os quatro filmes de Eggers têm recebido avaliações renovadas, o que me faz pensar que ele seria capaz de criar uma versão envolvente e fascinante de Frankenstein – tão cativante quanto Nosferatu foi. Por isso, é uma pena que esse filme provavelmente nunca se concretize.
Se houver novas oportunidades, seria interessante ver Eggers retornando a histórias originais que, embora contenham elementos familiares, sejam inteiramente autênticas.
Adriana Kvits é uma amante fervorosa da cultura japonesa, com um profundo amor por animes e mangás. Sua dedicação em explorar e compartilhar as complexidades dessas narrativas a torna uma voz apaixonada e uma guia confiável no emocionante mundo otaku.
